Cisco
Reflexões diárias, crenças, ideologias, fé. As vezes a gente se perde nelas, as vezes a gente se perde delas. Onde tudo é imediato, difícil encontrar um hiato. O espaço vazio não mora mais no meio. Nem dentro, nem fora, vazio hoje em dia é receio. Nem a bolacha mais tem recheio. É biscoito. Antes do nove vem o oito, mas depois do sete volta a ser segunda. Se a gente tenta entender se aborrece, se insiste adoece e se ignora é ignorante. Faço um aparte e abro “o livro das ignorânças” acomodado à frente do meu ofício. Sempre útil tal artifício. Manoel de Barros nos lembra daquele onde, onde nunca estamos. E voltar para lá me refresca uma brisa de asa azul zumbindo o mel, me esperançando o céu:
“Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.”
É ai que se esvaem as vontades.
É ai que moram as minhas vaidades.
Nesse meio entre o vazio
e as eternidades.
O resto já me basto de ser um algo a menos no meio do tudo isso. Um cisco vagando, uma hóstia a mais ou a menos, tanto fez, tanto jaz. Já me chamo Albatroz.
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One Comment
Juliana Peron
Parabéns Marcos!!!! Adorei!!!