crônica,  prosa-poética

VAGO E PRECISO

Uma postagem no IG do canal @canalliterata. Comentei vago, replicou preciso, fez-se o improviso.

Crônica é coisa devassa, extravasa a mente e transborda, segue o fluxo do dia a dia, flerta e as vezes acerta, cerca, colhe flores, louros e uns mais proventos mas na maioria das vezes, peca.

E o pecado é jornal, é revista. Revisada, posta a verso e prosa, a espinho e rosa. Ela se desculpa ou assume, é esterco ou estrume, merda da mesma bosta, compra quem gosta, vende quem quer pedaço, anda quem tem pé, sofre quem tá descalço. Vi um homem descalço na rua. 

Tava bem vestido e destropeçado, tava sem aflição ou causa de condição. Nada que lhe chamasse atenção. Nada que se chamasse atenção. Sem uma história, uma queda, uma labuta sequer. La seguia mais uma memória. Daquela que esvai e sem mais ou sem menos se perde nesse eterno sermos que nunca seremos.

A vida alheia não semeia o gosto. Já o oposto é a causa e a condição. Flertar da poética é ser vago. Abusar da prosa é mais preciso, certeiro. Ser vago e preciso é elogio a la carte, desses que a gente não escolhe ou engole sem degustar uma ou treze reflexões. Memórias feitas de pequenas questões. Pequenos fatos, grandes explosões. As casualidades são assim. Pelo menos estas que habitam o mim. 

Crônicas de pensamento que correm o asfalto, salteiam o cotidiano e mais que simplesmente revelam o quanto a gente é mundano. Tudo farinha do mesmo pão. Tudo noticia do mesmo fato ou relato da mesma expressão. A eterna busca em negar o não. O resto? O resto é abstração.

Sobre o Autor

MCestari
MCestariMarcos Cestari é um quase geólogo graduado em Propaganda e Marketing concluindo a graduação EAD em Letras português/inglês. Palhaço ou Clown, artista de rua, poeta, escritor. Autor do romance Cadafalso Despertar, autopublicação que pode ser comprada aqui no site, na aba /Loja Ladra Livros. [Uma cabeça que pensa, uma cabeça que cria, uma cabeça que é pensa, uma cabeça que é minha]

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