VAGO E PRECISO
Uma postagem no IG do canal @canalliterata. Comentei vago, replicou preciso, fez-se o improviso.
Crônica é coisa devassa, extravasa a mente e transborda, segue o fluxo do dia a dia, flerta e as vezes acerta, cerca, colhe flores, louros e uns mais proventos mas na maioria das vezes, peca.
E o pecado é jornal, é revista. Revisada, posta a verso e prosa, a espinho e rosa. Ela se desculpa ou assume, é esterco ou estrume, merda da mesma bosta, compra quem gosta, vende quem quer pedaço, anda quem tem pé, sofre quem tá descalço. Vi um homem descalço na rua.
Tava bem vestido e destropeçado, tava sem aflição ou causa de condição. Nada que lhe chamasse atenção. Nada que se chamasse atenção. Sem uma história, uma queda, uma labuta sequer. La seguia mais uma memória. Daquela que esvai e sem mais ou sem menos se perde nesse eterno sermos que nunca seremos.
A vida alheia não semeia o gosto. Já o oposto é a causa e a condição. Flertar da poética é ser vago. Abusar da prosa é mais preciso, certeiro. Ser vago e preciso é elogio a la carte, desses que a gente não escolhe ou engole sem degustar uma ou treze reflexões. Memórias feitas de pequenas questões. Pequenos fatos, grandes explosões. As casualidades são assim. Pelo menos estas que habitam o mim.
Crônicas de pensamento que correm o asfalto, salteiam o cotidiano e mais que simplesmente revelam o quanto a gente é mundano. Tudo farinha do mesmo pão. Tudo noticia do mesmo fato ou relato da mesma expressão. A eterna busca em negar o não. O resto? O resto é abstração.
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One Comment
juanjpage
Muito bom…